Correrias

By Carlos Corrêa

Tuesday, November 29, 2005

As good as it gets

Eu sempre disse que depois que visse um show do Pearl Jam ao vivo, eu poderia morrer feliz. Depois de ontem, então, tô com medo de ir pros cafundó. Vai ter gente reclamando que eles não tocaram Black, que não tocaram essa, aquela... Não tinha como. Se fossem tocar todas as boas, o show acabaria com o sol nascendo. E o show foi perfeito. Pra mim, o ponto alto foi Betterman com aquele mundo de luzes de celulares e isqueiros e só o Eddie Vedder na guitarra. Perfeito. Valeu cada centavo do ingresso. Ainda não caiu a ficha, na verdade, mesmo eu olhando aqui pra camisa oficial da turnê e lendo "Porto Alegre".

Como tenho me atrasado pra atualizar aqui, algumas histórias acabam acumulando. Então vou largar elas aos poucos e tentar resumir algumas da viagem pra Recife pra cobrir o jogo - aquilo foi um jogo? - do Grêmio contra o Náutico. Rapidinho, por exemplo, dá pra citar os gritos da torcida do Náutico:
* "N.A.U.T.I.C.O"
* Olê, olê, olê, Náutico. Esse é curioso, porque pra fechar o verso, eles comprimem tudo no final. Sai algo como Náutco. Só rindo.
* E o melhor deles... "1, 2, 3, o Grêmio é rei dos gays!"

Estranho mesmo foi estar lá para cobrir a partida e não ver os dois lances capitais: o Galatto defendendo o pênalti e o Anderson fazendo o gol. Mas tem explicação. Assim que o juiz deu pênalti, fechou a rosca. Quando vi o Odone descendo da tribuna e indo embora, logo vi que ia dar merda. Quando vi eles invadindo o campo, olhei pro Benfica, da ZH, e disse que o jogo não ia acabar e que a gente tinha que estar dentro do campo, senão ia perder tudo. Nisso passa um dirigente indo com os caras. Grudamos nele e passamos por dirigentes pra entrar no vestiário. Lá tava o Domingos, que tinha sido expulso, completamente alucinado, encarando um policial maior que ele (e ele já é um armário). Passamos rápido e vamos para o túnel, junto com outros jogadores e um pessoal da comissão técnica. No final, o portão estava fechado, trancado pra sacanear o Grêmio. E nós lá trancados. Nem mesmo um coronel que estava ali foi atendido. Nisso alguém berra que o Galatto pegou o pênalti. Os jogadores enlouquecem, sem saber se é verdade ou não e começam a correr pra lá e pra cá. Finalmente abrem a porta e a gente entra no campo. Olho pro gramado e vejo os caras comemorando. Achei que era a defesa, mas alguém diz que o Anderson fez o gol. O Patrício sai do vestiário e pergunta: "Ele defendeu? Ele defendeu?". Respondo que sim e que tá 1 a 0 pro Grêmio. O cara parece não entender. Eu também não entendo. Dali pro final é uma sucessão de cenas difícil de descrever, os dirigentes choravam que nem crianças, os jogadores se abraçavam e pediam pro jogo acabar logo, tinha gente parecendo que ia morrer de tão nervoso, não conseguiam nem respirar. Aí o juiz acabou o jogo. E aí eu continuo amanhã.

3 Comments:

Blogger Fernanda Souza said...

Abriram a porta ou derrubaram???

Este jogo foi inacreditável para quem viu ao vivo, quem viu pela tv e até para quem não viu, mesmo estando lá!!!!

É o imortal tricolor! Não há outra explicação!

Tuesday, November 29, 2005  
Anonymous Anonymous said...

Reforço a afirmação:
Foi só para comprovar a imortalidade do tricolor

Foi alucinante

Wednesday, November 30, 2005  
Anonymous Anonymous said...

eu que sou flamengo, não quero tecer comentários sobre a partida... mas o amigo jornalista teve um dia de aventura no tal do Recife, né?!

Thursday, December 01, 2005  

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